Como a logística hospitalar pode transformar déficit em lucro em meio ao caos do desperdício
A logística hospitalar é responsável por administrar de forma estratégica e racional as aquisições, movimentações e armazenagem de materiais, para que medicamentos e insumos estejam disponíveis para o tratamento dos pacientes no lugar certo e na hora certa.
É uma convenção, embora não seja de pleno consenso, distingui-la como aquela que trata dos processos a nível intraorganizacional, diferente do Supply Chain Management (SCM), que trata a logística sob uma visão mais ampla, a nível interorganizacional.
Com custos elevados, a cadeia de suprimentos representa a 2ª maior despesa dos hospitais, conferindo um enorme peso para a sustentabilidade financeira dessas instituições.
Ambiguamente, ela também representa o maior fator de geração de renda nos hospitais, superando em até 3 vezes os valores da prestação de serviços assistenciais.
Sobrevivência e gestão: como está a saúde dos hospitais?
O setor hospitalar atravessa uma crise sem precedentes, conferindo às instituições um enorme desafio gerencial. Dentre os fatores externos, são considerados mais agravantes:
- envelhecimento da população: que reflete no aumento da exigência do sistema como um todo;
- defasagem da tabela de remuneração do SUS: há cerca de 10 anos sem atualização dos valores;
- exigências por mudanças nos modelos de remuneração: tende-se a não remunerar hospitais por procedimentos realizados em decorrência de eventos adversos aos pacientes, algo já estabelecido nos EUA desde 2008;
- alta do dólar: medicamentos e materiais importados ficaram mais caros;
- atual crise político-econômica e desemprego: indivíduos perdem o emprego e juntamente o acesso ao benefício. Houve redução de 3,1 milhões no número de usuários de convênios entre 2014 e 2017.
De acordo com um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Hospitais (FBH), 1.797 hospitais privados foram fechados entre 2010 e 2018. Mesmo considerando-se os hospitais inaugurados durante o período, o saldo final é significativamente negativo e preocupante.
Observa-se, no entanto, que muitas instituições do setor conseguem se manter — e inclusive prosperar — durante a crise. O caminho para a sustentabilidade financeira passa obrigatoriamente pela redução de custos, balizado pelo forte aperfeiçoamento contínuo e eliminação de desperdícios.
Logística hospitalar e desperdício: qual o custo da ineficiência?
Estudos mostram que qualquer produto ou serviço hospitalar é acometido por desperdícios da ordem de 20% a 30%, ou seja, abarcam custos que poderiam ser eliminados sem prejuízo de seus atributos.
Um ponto crítico quando se fala em desperdícios em hospitais diz respeito aos estoques de medicamentos.
Como é possível gerir estoques de forma racional sem informações verdadeiras e em tempo real sobre a disponibilidade efetiva de itens?
Devido ao alto risco e custos associados à falta, muitos medicamentos são solicitados com objetivo de maximização da sua disponibilidade, mobilizando um ativo desnecessário e conferindo riscos de perdas por vencimentos.
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) estima que cerca de 20% dos medicamentos adquiridos pelos hospitais públicos e privados são desperdiçados anualmente. O prejuízo ultrapassa 1 bilhão de reais.
Na ausência de informações básicas como estoque máximo e mínimo, ponto de ressuprimento e consumo médio mensal, que são calculadas automaticamente em um sistema informatizado, fica muito difícil ou até mesmo impraticável a realização de uma programação de compras alinhada à demanda real do hospital.
Eventos adversos: prejuízos evitáveis?
Erros em hospitais são responsáveis por 829 mortes por dia no Brasil, sendo a segunda maior causa de morte no país. O número equivale à soma das mortes causadas por acidentes de trânsito, violência e pelo câncer.
Detalhe: 64% deles são considerados evitáveis.
Aproximadamente 30% dos danos causados durante a hospitalização são associados a erros de medicação
Nos EUA um estudo revelou que 43% de erros de medicação são causados pela administração de medicamentos em horário errado, 30% por omissão, 17% dose errada e 4% por aplicação de medicamentos sem autorização.
No Brasil, um estudo realizado em cinco hospitais públicos detectou erro em 30% de 5 mil doses de administradas.
Quais as consequências disso para as instituições?
Pacientes vitimizados por essa intercorrência ficam internados por um tempo médio até 3 vezes maior do que o previsto inicialmente.
Segundo o relatório Tackling Wasteful Spending on Health, publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas de 10% dos gastos hospitalares são destinados a corrigir erros médicos evitáveis ou infecções que são adquiridas nos hospitais. Erros e fraudes representam ainda 6% de acordo com o relatório.
Farmácia hospitalar: adotando uma logística que funciona
Com seria o cenário onde esses erros fossem combatidos “de frente”? Quantos recursos poderiam ser reinvestidos com base nos desperdícios evitados?
Uma cadeia de suprimentos hospitalar eficiente é aquela que garante que o que tudo aquilo que foi adquirido pelo hospital foi utilizado no paciente certo, na hora certa e no local certo e que, aquilo que não foi utilizado, retornou em segurança para a central de abastecimento.
Dispensação de medicamentos por dose unitária: eficiência assegurada
A dispensação de medicamentos por dose unitária é considerada a forma mais segura e racional até o momento. Estudos demonstram que a adoção desse sistema promove, apenas em gastos com medicamentos, economia de 25% a 40%.
No sistema, as medicações prescritas são separadas pelo farmacêutico nas doses e formas prontas para uso, juntamente das informações do paciente, leito e horário de administração.
Isso possibilita que farmacêuticos tenham participação efetiva nas atividades para as quais foram formados (todas as relacionadas a medicamentos) e o tempo da equipe de enfermagem deixe de ser desperdiçado com atividades logísticas de baixo valor agregado e que tanto competem com o tempo dedicado para assistência aos pacientes.
Os estoques periféricos, grande foco de perdas e extravios, ficam limitados às doses para 24 horas, soluções antissépticas e fármacos de emergência. Doses não administradas retornam em segurança à farmácia.
São inúmeras as vantagens desse sistema:
- Redução da incidência de erros de administração de medicamentos;
- Identificação do medicamento até o momento da sua administração, sem necessidade de transferências e cálculos;
- Redução de tempo dispendido pelo pessoal de enfermagem nas medicações;
- Diminuição de estoques periféricos, e consequente redução de perdas;
- Otimização do processo de devolução;
- Auxílio no controle de infecção hospitalar, devido ao preparo das doses em ambientes reservados;
- Faturamento mais preciso do consumo de medicamentos (por paciente);
- Maior segurança para o médico em relação ao cumprimento das prescrições;
- Participação efetiva do farmacêutico na definição da terapia medicamentosa;
- Eliminação de erros de transcrição de receitas;
- Grande adaptabilidade a sistemas informatizados.
Tornando a unitarização de medicamentos escalável e segura
A SisnacMed dispõe de uma linha completa de soluções voltadas para tornar a farmácia hospitalar mais eficiente, segura e racional.
Equipamentos como a TotalPack, garantem máxima produtividade e segurança na produção de kits individualizados a partir de quaisquer formas farmacêuticas.
O equipamento possui integração com os principais ERP’s e produz até 2.500 unidades/hora, gerando segurança e grande economia de tempo na unitarização e montagem dos kits.
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Controle e rastreabilidade: dispensários eletrônicos inteligentes
Armários inteligentes oferecem controle de acesso por biometria e código de barras e trabalham integrados aos principais ERP’s/HIS, notificando as movimentações em tempo real.
O controle das retiradas e manutenção de registro unificado permitem consultas rápidas e precisas aos estoques.
Informações de qualidade permitem a atualização constante dos custos por item, determinação dos níveis mínimo, máximo e de segurança, e custos de falta.
Erradicando erros na administração
O Pharmatrack é uma solução para fechar com chave de ouro a dispensação segura de medicamentos.
Permite a verificação de conformidade entre a prescrição e o paciente no ato da administração via código de barras.
Conclusão
Hospitais atravessam uma crise sem precedentes, alavancada por fatores como o envelhecimento da população, dificuldades de gestão, alta do dólar e conjuntura político-econômica do país.
Instituições que prosperam em meio ao cenário inóspito, focam a atenção no combate ao desperdício.
Investir em logística hospitalar, com processos mais eficientes que assegurem racionalidade e segurança ao paciente representa uma grande oportunidade econômica.
A SisnacMed tem ajudado diversas instituições hospitalares a superar o paradoxo da “eficiência com qualidade e segurança” através de soluções inovadoras que agregam elevado valor em economia e eficiência para os hospitais.
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